Por que gestores não utilizam tecnologia para controlar a frota

Vivemos dias digitais. A tecnologia está em todo lugar. Já não é mais novidade o uso de dispositivos, aplicativos e outros sistemas para realizar variadas tarefas do dia a dia, pessoal e profissional. Estamos conectados e avançando rápido para ter cada vez mais inovações inseridas na nossa rotina.
E as facilidades trazidas por este novo mundo digital são muitas. É rápido e fácil acessar e compartilhar informações de todos os tipos; a comunicação já não tem mais fronteiras; e a inteligência artificial consegue realizar inúmeras atividades, das sutis a mais complexas.
Por que então, com tudo isso que está a nossa volta, ainda me deparo com empresas com dificuldades de fazer bom proveito da tecnologia?
Especialmente nos processos de gestão, ainda vejo empresas e profissionais negligenciando as novas metodologias e mecanismos de trabalho.
O setor de transportes é um exemplo. Na minhas interações com empresários do setor, é ainda comum ouvir deles que seus gestores de frota não utilizam nenhum tipo de sistema de monitoramento. O trabalho é feito de forma totalmente analógica. Levantam uma série de dados da operação, dos veículos e da equipe, fazem anotações em papel, repassam para planilhas no computador, mas, de fato, não têm o controle preciso da situação.
Mas apesar de saber que esta situação não é a adequada para os dias de hoje, eu consigo entender o motivo dela ainda acontecer com frequência aqui no Brasil. Vou explicar o porquê.
Ninguém fica alheio a tecnologia por que quer. Nem mesmo o gestor de frota. Todos sabemos da importância de se controlar as informações sobre os veículos e viagens para otimizar a operação.
Nas mais de centenas de empresas que acompanhei a adoção de sistemas de monitoramento em tempo real, como rastreamento e telemetria dos veículos, identifiquei que facilmente chegam-se ao aumento da produtividade e redução de custos. Um dos grandes motivos é a possibilidade do gestor ter sempre em mãos informações precisas e atualizadas para tomar as melhores decisões. A tecnologia realmente já está revolucionando este mercado.
Porém, há fatores reais que influenciam no uso ou não da tecnologia por gestores de frota. Vou citar os três que considero principais:
Sobre a falta de conhecimento, quero dizer que nem todo mundo entende ou consegue perceber na prática as vantagens de um sistema completo de gestão de frotas. Fala-se muito sobre redução de custos e aumento da produtividade. Sim, são grandes benefícios. Mas colocados dessa forma, ficam muito abstratos. Longe de serem sentidos na rotina diária de trabalho.
Basta você imaginar como seria se toda a informação necessária para analisar as condições do veículo fosse captada automaticamente, em tempo real, e enviada diretamente para planilhas já organizadas. Ou então se as horas de trabalho e todo o comportamento do condutor fosse registrado para que você pudesse avaliar seu desempenho de forma prática e rápida. E ainda, se ao final de cada dia, você tivesse à disposição relatórios completos, sobre o andamento de todas as áreas que você precisa acompanhar.
Dando um exemplo que já vi acontecer em algumas empresas: durante o expediente o gestor recebeu um alerta de excesso de velocidade de um colaborador no email ou no celular. Ao acessar o sistema pelo aplicativo ou através da plataforma no computador, verificou que o perfil de condução deste funcionário era agressivo. Com essa informação, pode agir preventivamente e evitar uma multa ou até um acidente de trânsito.
Veja o exemplo da Virtus, uma gerenciadora de Condomínios em Joinville, que adotou a tecnologia para solucionar esse problema:
Ficou mais fácil a compreensão, certo? Vou deixar também um conteúdo interessante, o Guia do Gestor de Frota – O melhor do rastreamento ao gerenciamento de risco para que você possa se aprofundar no assunto
Outro ponto que citei é o medo da mudança. Muitos profissionais ainda têm receio de alterar processos com os quais já estão acostumados a fazer manualmente. O que é natural. Mas não se pode esquecer que é preciso ir se adaptando às tendências e inovações do mercado.
Digo isso porque hoje o gestor de frotas é uma pessoa estratégica no negócio, que demanda por capacitação constante. Se pensar por esse lado, manter-se atualizado, buscando compreender as transformações do setor, é fundamental para seguir competitivo profissionalmente.
E por último, quero falar sobre o valor do investimento em tecnologia. É fácil acreditar que ter um sistema de gestão de frotas é um benefício que requer um alto investimento, que pode ser implantado apenas em empresas de grande porte. Mas esta não é uma verdade absoluta. É possível ir implantando aos poucos as ferramentas digitais já sentir os impactos positivos na gestão.
Modernizar os processos e ter controle absoluto da operação da frota não pode ser visto como um gasto. Mesmo com pequenos ajustes iniciais consegue-se dar eficiência às inúmeras atividades, diminuindo o tempo e os recursos utilizados para realizá-las. Assim, quanto maior a gestão e controle de dados, maior é a produção e menor é o desperdício.
Ainda têm dúvidas sobre a importância da tecnologia na gestão de frotas? Compartilhe comigo seus desafios.
Esse artigo foi publicado originalmente em meu Linkedin. Caso você queira acessar o conteúdo na integra clique aqui.
Sobre o autor(a)
João Pedro Alexandre